De tantas frases interessantes do texto do Nilton Bonder, hoje quero falar sobre esta. Tenho certeza que vou falar sobre muitas outras, porquê o texto é demais.
Tenho tido muito tempo na vida, faço tudo bem devagar, e ainda sobra tempo.
Tenho pena das pessoas que estão sempre correndo, sem tempo pra nada.
Quando vejo agenda de médicos, dentistas, cabelereiros e afins, com aquele monte de horários marcados de 30 em 30 min, às vezes menos...morro de dó.
Escravos do tempo, agenda lotada, se dizem importantes, famosos, mas não tem tempo pra um sorvete, pra um telefonema, pra um resfriado...Se fazem um telefonema no meio da tarde, pronto atrasam todos os clientes, que mofam nas salas de esperas, resmungando, praguejando, reclamando com a falta de respeito aos horários, não tenho tempo a perder, etc, etc, etc
Hoje estou naqueles dias, bem preguiçosos - o almoço já está pronto (ainda são 11:30), livro na cabeceira - Raquel de Queiroz,"O Quinze" (drama de retirantes do sertão, agonia da seca em linguagem deliciosamente peculiar), palavras cruzadas no sofá, CD tocando MPB.
Filho foi pro campeonato de game, promessa de domingo sózinha, com sol quente, silêncio cortado pelo bem-te-vi, lá fora...
Podia ir andar na praia? Podia.
Ir nadar no clube? Podia.
Ir ao cinema ? Podia.
Almoçar com a mamãe? Podia.
Tomar chopp com amigos? Podia.
Confesso, não existe nada que eu queira mais do que estar aqui, neste silencio, neste dolce far niente.
Sem obrigação de falar coisas engraçadas ou inteligentes. Sem nem ter que pensar em nada importante.Sem escutar vozes que nada me dizem.
Mais tarde, depois do almoço frugal, uma sonequinha que ninguém é de ferro.
Também vou ler um pouco dos meus livros espíritas, e suas palavras edificantes.
Também vou rezar um pouco, pra dar paz a minha alma, e emanar energia positiva para nosso mundinho tão precisado.
Vou ver um filme na TV.
Rir com "Os Caras de Pau".
O sol está lá fora, a brisa é fresca, o mar está manso, e eu, aqui, sem pressa, em sintonia com tudo isto!
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