segunda-feira, 11 de abril de 2011

Nada é tão ruim que não possa piorar



Hoje arranquei o dente que me angustiava os dias há semanas.
Estava todo inflamado, e a dor da injeção de anestesia foi quase insuportável.
Falei da, como se tivesse sido apenas uma, mas foram umas quatro.
O maldito tinha uma raiz enorme e torta e deu trabalho pra sair.
Pronto, pensei. Acabou o sofrimento. Tolinha.
O pior estava por vir.
Passando o efeito da anestesia, não sabia se chorava, gritava, ficava quietinha.
Comecei tomando a amoxilina receitada, uma, duas, depois o tylenol 750, o bochecho com malvona, com agua oxigenada, o cataflan, o dorflex.
Comecei a compreender melhor a eutanásia.
Parecia que o melhor era morrer. Exagero. Fiquei com medo do meu descontrole tomando quilos de analgésicos, deitei.
Tentei rezar e me consolar, daqui a pouco vai passar, calma.
Apliquei um auto-passe, pedi forças aos céus. À beira de enlouquecer.
Dormi, acho que me ajudaram lá de cima ou os remédios me derrubaram ou ambas as coisas concomitantemente,
Acordei sem dor.
A pessoa mais feliz do mundo.
Comi dois pratos de sopa. Delícia. Vi o final do filme: Iris.
Muito bom.
Começou de novo devagarinho, latejando num ritmo lento.
E lá fomos nós pro bochecho, seguido de comprimidos.
A dor está aqui ainda agora. Tento escrever para me concentrar em outra coisa,
Espero o remédio fazer efeito e fico pensando quantos posso tomar por dia.
Lembrei da minha velha sogra que tomava kilos de aspirina com vodka, D.Thyra Agnette.
Talvez estivesse certa, o alcool devia dar algum alivio.
Pensei nas mães que perderam seus filhos, tentando comparar a minha dor.
Pura estupidez, eu sei. Outra conclusão: A dor emburrece.
Já não tenho o dente, só a dor.
Latejante.
Vai passar. Eu sei.
Lado bom: dias de dieta liquida pela frente.

domingo, 10 de abril de 2011

Agora é a vez da Conjuntivite...



Não tá dando tempo pra respirar!
Sei que é algum sinal, mas ainda não atinei no que seja...Santa Burrice!
Mal tinha conseguido identificar o problema no dente e...pego conjuntivite, bacteriana, nas duas vistas!
Mais 7 dias em casa, de molho, sem poder sair, mal conseguindo abrir os olhos.
Dor, muita dor.
Breno está em panico, não quer pegar e torna o meu inferno pior:
- Mãe, sai daqui!
- Mãe, já lavou as mãos?
- Não chega perto, tenho prova semana que vem!
Bom, lá fui eu ao médico de novo, mas uma grana na farmácia em colírios, gases, soro fisiólogico, analgésicos, e licença...
Hoje já estou no quinto dia, aí já dá pra escrever, ver TV, ler um pouco.
Preciso pensar por que esta baixa imunidade, por que preciso ficar assim na dor, sozinha, imobilizada. Que lição é esta, meu Deus?
Agora dói o dente mais que o olho, desmarquei o dentista, não posso transmitir conjuntivite pra todo mundo só porque meu dente dói pra cacete!
Tilenol, Cataflan, Ponstan, Malvona, quase de hora em hora para não enlouquecer de dor.
A dor não me deixa pensar.
O mal humor está batendo a porta, querendo entrar e contaminar o que já está contaminado.
Ah, esqueci de contar da goteira no banheiro, infiltração da vizinha do andar de cima.
Também não posso chamar bombeiro, nem ninguém pra ver. Contaminação.
Só mamãe na sua inocencia veio me ver, jogar cartas, tomar café, mostrar o albúm de formatura do Breno, me distrair um pouquinho...Diz que não vai pegar e eu acredito!
As notícias do dia também não ajudam, crianças mortas por maluco enchem os jornais e eu a procura de alívio.
O filme que chegou da NetMovies também é pesado, mas bonito: Iris, conta a história da escritora e filósofa Iris Murdoch. Assisto aos pouquinhos, a vista embaça, perco a concentração.
Aproveitei os poucos momentos sem dor (efeito dos quilos de analgésico) e da vista recem limpa, pra vir contar minhas pequenas mazelas.
Diante das dores do mundo, tão pequeninas.