sábado, 4 de dezembro de 2010

MINHA GATA CHAMA-SE FÍGARA



Deixei Breno na escolinha, estava em greve, como sempre nos meses de outubro.
Era Dia das Crianças e Breno tinha seis aninhos.
Fui andando pra casa da mamãe e passei por uma pet shop, a vitrine cheia de gatinhos para doação.
Não resisti, entrei e escolhi o mais levadinho, pra mim leiga sinal de que era o mais saudável.
O gato saiu de graça, mas claro que a despesa com todos os apetrechos, comida para gato, areia, vasilha etc, deixou o presente do dia das crianças não tão baratinho assim.
Era muito pequenininho, fofo, cabia num sapato, Breno escolhei o nome: Fígaro.
Tirado de um dos seus filminhos da Disney preferidos na época: Fígaro e Cléo (o peixinho, lembram?)
Alguns dias se passaram e na primeira visita ao veterinário para vacinas, descobrimos que Fígaro era uma Fígara.
Assim tínhamos mais uma coisinha a ser resolvida, castra-la, se não quiséssemos uma coleção de gatinhos em casa.
Passei na praça onde a castração era gratuita, peguei uma senha, mas fui convencida pelo Breno e seu pai, que era maldade, que ela ia ficar triste, gorda e boba etc etc etc
Bem, decisão errada, alguns anos depois tive que correr para opera-la e quase a perdemos, cancer espalhara-se e fizemos a histerectomia completa na Suípa, dentro do meu orçamento apertado, foi o que pudemos arrumar, mesmo assim foi-se a restituição do imposto de renda, e horas de agonia.
Fiquei dias levando Fígara para Benfica (lugar pessimamente localizado, onde se encontra a Suípa), faltei 3 dias ao trabalho,na noite da operação fiquei sentada com ela no colo, medo de que ela retirasse os pontos, Breno ao meu lado chorava e dizia que não sabia que amava tanto aquela gatinha.
Resultado. Fígara ficou ótima, isto já aconteceu há mais de cinco anos.
Nota dez para Suípa, que merece todos os louros e que quem puder contribua com doações para este trabalho fantástico que vem fazendo pelos pobres animais.
Fígara ficou mais dócil, dorme nos pés da cama do Breno.
Tenho aprendido com ela sobre impassividade.
Barulhos quaisquer não lhe incomodam o sono.
Interrompido para me lembrar de por comida na sua tijelinha, subindo na cama e miando em meu ouvido com bastante clareza: Mãe!

Escondida entre os endredons do armário.



Logo após a cirurgia na Suípa.

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