sábado, 6 de agosto de 2011

SUICÍDIO LENTO








Mais uma vez o mundo perde um talento por morte anunciada, o suicidio lento de Amy Winehouse. Todos sabiam, inclusive ela.
Claro, que sabemos de casos de viciados que não morreram de overdose, que conseguiram sobreviver a anos e anos de vida desregrada, e se formos abrir para os não famosos, até que não somos tão poucos.
Somos?
Sim, claro que tenho que me incluir nesta lista de suicidas lentos.
Infelizmente.
As drogas ilicitas matam, e são condenadas, dificeis e caras de serem compradas (nem tanto assim...)mas e as drogas lícitas que passam no meu caminho todos os dias me chamando insistentemente: os doces, pães, açucares, farinhas brancas, carnes vermelhas, hamburgueres e batatas fritas, refrigerantes e inocentes sundaes de chocolates!
Junte isto a vida sedentaria e aí está a bomba relógio,que carrego no estomago ou na cabeça há tantos anos, conscientemente.
Sendo espírita, caminho em direção a reforma intima, valorizo cada dia nesta bendita vida terrena, momento de por a prova aprendizados e expiar erros.
Disciplina, disciplina, disciplina - evoca Emanuel.
Anos de terapia, leituras, reportagens, medicos e amigos aconselham, e caio em tentação a cada dia, fraquejo em cada nova tentativa.
Os anos passam e o que era uma gordurinha a mais vai virando obesidade mórbida, o que era apenas questão de estética ao entrar no biquine se transforma em questão médica a cada hemograma ou ida ao cardiologista.
Suicidio lento, compulsão incontida e cercada de sofrimento e dor, disfarçadas com talento.
Assim artistas e poetas conseguem traduzir seus gritos de desespero em perolas antológicas, e anonimos continuam com nós na garganta colecionando tentativas e erros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário