quarta-feira, 9 de março de 2011

Vida que volta ao normal, depois do Carnaval...






Todo ano parece ser assim, o ano só começa depois do Carnaval.
Este ano o recomeço é bem paupável, depois dos dias de aflição, angústia, isolamento, hospital, médicos e remédios.
Estive um tempo no hospital acompanhando o Breno.
Meningite.
Não deu tempo nem de me desesperar.
Quando vi, já estava lá, isolada do mundo. Eu e meu filho.
Só pensava, estou com crédito, em 15 anos é o primeiro susto.
Depois de dez dias, de médicos, enfermeiras, reza e estreitamento da relação mãe e filho, voltamos pra casa.
O descanso não durou muito, a baixa imunidade trouxe nova infecção. Garganta, febrão, outros médicos e outras tantas noites sem dormir.
Nem sabia que tinha tanta resistência.
Agora tudo parece um pesadelo ruim.
Hoje, quarta-feira de cinzas, pra mim, tudo são flores.
Ele já foi de manhã tomar um sol na praia para tirar o "verde-limão" (segundo ele) e se recupera à todo vapor como é esperado aos quinze anos.
Eu é quem vou precisar de um tempo maior para recuperar-me do susto e das noites mal dormidas. Mas o coração está forte e a fé mais forte ainda.
Retorno ao trabalho e a rotinazinha besta e abençoada.
Vou ver se depois vejo o "Discurso do rei", já que todos dizem que valeu o Oscar (torcia para Cisne Negro).
Novidade nenhuma dizer que engordei, nestes dias parados só me restava comer e bem que a comida do hospital podia ser ruim mas era ótima.
Nunca estive antes num hospital,só para a cesária, mas isto não conta...
Deixei uma série de sugestões para amenizar o sofrimento das mães que acompanham seus filhotes: massagens, manicure, cabelereiro...
Nunca havia entendido porque na Perinatal de Laranjeiras havia piscina,mas agora ah, como eu queria que no Rios D'Or tivesse uma, ajudaria a passar o tempo, a relaxar, a fazer exercício.
Como diz Cecília Meireles em Depois do Carnaval:
"Mas, agora que o Carnaval passou, que vamos fazer de tantos quilos de miçangas, de tantos olhos faraônicos, de tantas coroas superpostas, de tantas plumas, leques, sombrinhas...?

"Ved de quán poco valor
Son las cosas tras que andamos
Y corremos..."

dizia Jorge Manrique. E no século XV! E falando de coisas de verdade! Mas os homens gostam da ilusão. E já vão preparar o próximo Carnaval...

Um comentário:

  1. E seguindo em frente....A vida é um risco. Portanto...Beijos carinhosos.

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