sábado, 19 de março de 2011

Noite longa...Vida curta


Quanto tempo não sentes a doce ilusão do aconchego de um abraço?
Sorrisos e lágrimas se misturando nas longas noites em que o corpo supera seus limites e parece flutuar, ou nadar no suor do seu peito.
Sei que quando amanhece o sol na sua clareza me faz enxergar que a magia noturna, era apenas isso, magia.
Que a proteção de seus braços desfeita em pressa e covardia, corre pra longe de mim.
Sei, que já não me decepciono com a luz que se acende e revela corpos imperfeitos e cansados. Desiludidos pelas tantas noites tão iguais.
O batom borrado no travesseiro jogado no chão, se torna então apenas vestígio.
A olheira que me olha no espelho, dos olhos pretos de restos de rímel cegos, teimam em não se abrir e doem com a nesga de sol furando a cortina com blackout.
Recuso a levantar destes lençois amassados.
A cabeça tenta colocar as coisas em ordem aqui dentro, mas a ressaca não deixa.
Hoje aquele brilho no olhar foi substituído pela remela amarela e grudenta.
A boca sedenta de beijos está com um gosto amargo de quem ofereceu mais do que poderia.
Junte teu coração esfarrapado que foi parar debaixo da cama junto as velhas havaianas, corra para a ducha fria e lave-o bem.
Respire fundo que a vida recomeça.
Ria do seu suco de laranja, que escorre por entre os lábios e acaba de pingar no tapete.
O som dos Paralamas no rádio resume:
...
Uma noite longa
Prá uma vida curta
Mas já não me importa
Basta poder te ajudar

E são tantas marcas
Que já fazem parte
Do que eu sou agora
Mas ainda sei me virar...

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