domingo, 13 de fevereiro de 2011

Porque eu assisto Big Brother Brasil






Assisto, só não. Compro o pay-per-view 24h. Compro o pay-per-view só não. Ainda gravo no meu Sky quando não estou vendo, pra ver depois. Isto há 10 anos, 10 não, 11.
Desde o primeiro.
Recebo mil e-mails reclamando dos BBBs,ouço mil críticas.
Ano passado ganhei da Globo.com uma ida ao último paredão, assisti a final.
De pé, horas. Chovia horrores no Rio. Lanchinho sofrível. Adorei!
Já me questionei do porquê.
Ainda não sei se entendi.
Gosto de ver gente, gosto de ver as reações das pessoas, gosto de ver a minha reação diante das reações das pessoas.
Se eu participaria de um programa assim? Claro que não!
É preciso antes de tudo ter muita coragem de se expor, e ter um ego do tamanho do mundo. Eles se acham o máximo!
O ser humano quer ser notado, quer se sobressair aos outros, quer se diferenciar, quer ser único.
Todos dizem que estão lá por causa do premio em dinheiro. Mentira. Mais que o premio, o que se quer é aparecer na Globo, é ser celebridade, é ser reconhecido nas ruas.
Isto é humano. E tudo que é humano me interessa como disse Marx.

Marx ainda diz mais, sobre o dinheiro:

"1) Ele é a divindade visível, a transformação de todas as qualidades humanas e naturais no seu contrário, a universal confusão e inversão das coisas; ele fraterniza impossibilidades;

2) Ele é a meretriz universal, o alcoviteiro universal dos homens e dos povos. A inversão e confusão de todas as qualidades humanas e naturais, a fraternização das impossibilidades - a força divina - pelo dinheiro reside na sua essência como ser genérico - alienado, desapossando e vendendo-se - do homem. Ele é o poder desapossado da humanidade.

Aquilo que eu enquanto homem não consigo, aquilo que,' portanto, todas as minhas forças essenciais individuais não o conseguem, consigo-o eu pelo dinheiro. O dinheiro faz assim de cada uma destas forças essenciais algo que ela em si não é,o é seu contrário." (K.Marx, Manuscritos economicos e filosóficos)

Sei lá também se é por aí, mas juntou muito dinheiro, muitas pessoas jovens, bonitas e narcisistas dentro de um local fechado, cheio de cameras. Eu preciso dar uma espiadinha...

Pouco se diferencia, nós humanos, reagimos quase sempre do mesmo modo diante de situações semelhantes, mas teimamos e m negar, em querer ser melhor, em cismar que somos mais felizes, mais inteligentes, temos menos defeitos.
Se assim fosse não estaríamos aqui. Tenho certeza que pouco nos distingue e o pouco que nos distingue é apenas o quão de bem temos dentro de nós, o quão podemos suportar de nós mesmos e de nossas insignificancias.
Gostar de Big Brother é um problema. Não gostar também é.